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Produtivo para quem?

Querido diário aberto,

Hoje escrevo para você e para outros ouvintes curiosos por nossas loucuras e reflexões. Quem diria que chegaríamos tão longe! Talvez tenhamos perdido o juízo de uma vez por todas. É... eu larguei TUDO! Mas agora tenho a mãos livres para agarrar o que realmente importa.

Aonde isso vai me levar? O que vou ganhar com esse projeto? Está sendo produtivo para mim?

De que importa!? Se tem significado, se tem sentido!

O que é ser produtivo para você? Eu pergunto. A produtividade na nossa sociedade hoje parece estar altamente vinculada com a ideia de produzir riquezas, de acumular dinheiro. É só disso de que vale a sua vida? produzir e acumular coisas que você não precisa?

Abrir mão de estar vivo hoje por algo que talvez você nem queira amanhã, que você nem precise, e que talvez você não tenha.

Nós nos vendemos para a incerteza. Ao invés de viver o hoje vivemos o amanhã, que não existe. Com medo! Governados pelo medo, pelo medo de não termos o suficiente, pelo medo de não estarmos preparados para sabe-se lá o quê! Dominados e completamente perdidos, abrimos mão de ter um hoje satisfatório para talvez termos um amanhã mais ou menos, se é que lá chegaremos, já que estamos doando toda a nossa energia, toda a nossa vida e todo os nossos prazeres em prol de algo que nunca vai ser nosso, e de que não precisamos!

Você já parou para pensar como o medo do amanhã nos torna cada vez mais egoístas? Nós poderíamos dividir o que temos. Nós poderíamos garantir todo o necessário para todos HOJE! Mas por medo do amanhã, por medo de não termos o suficiente para nós, deixamos que falte para muitas outras pessoas, no hoje, no agora, que é a única coisa que realmente importa, é a única coisa que realmente existe.

Você está produzindo para quem? Será que é para você mesmo? Será que é para a sua família? Será que o que você produz e que a vida que você investe vai voltar para você de alguma forma? Ou você está sendo sugado e escravizado?

Pela primeira vez estamos todos tendo a oportunidade de vivenciar algo diferente. Estamos tendo a oportunidade de refletir sobre o modo como viemos vivendo até aqui; sobre os aniversários dos nossos filhos que nos deixamos de comparecer; sobre a infância que nós não vimos passar; sobre as brincadeiras que não brincamos; sobre os desejos que gostaríamos de realizar para nós mesmos, como aquela aula de piano, por exemplo, que nunca chegamos a fazer e talvez nunca façamos...

De que vale tudo isso? O medo está nos aprisionando em uma ilusão. Uma ilusão que nos exime de nos responsabilizarmos pelas omissões que cometemos, ao saber das dores que causamos ao planeta, ou das dores que causamos a outras pessoas que vivem na extrema miséria, enquanto outros vivem com muito além do necessário. O que isso diz de nós?

Deveríamos fazer algo a respeito, mas nos eximimos por parecer difícil demais, por já termos problemas demais, por não termos tempo de viver a nossa própria vida.

É cada um por si!

Mais uma ilusão...

Quando entendermos que nós, unidos, podemos prover para todos e que somos muito mais fortes, e que juntos com o planeta podemos viver em muito mais harmonia e abundância, aí sim seremos livres. Aí sim saberemos o que é viver!

Aí sim saberemos o que é ser produtivo de verdade!

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